RESUMO
Objetivo:
Identificar percepções de profissionais de saúde da atenção primária acerca dos aspectos conceituais do desenvolvimento infantil e propor estratégias de enfrentamento das dificuldades.
Métodos:
Estudo descritivo-analítico conduzido em um município de pequeno porte no interior do estado de São Paulo, Brasil, cuja atenção primária é composta das Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde. A amostra foi constituída por 52 participantes, entre médicos e enfermeiros da atenção primária. Utilizou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas, abordando conhecimentos e práticas sobre desenvolvimento infantil. Para este estudo, foi utilizada a primeira pergunta do questionário, de natureza dissertativa, que abordou como os participantes compreendiam o desenvolvimento infantil. As respostas foram transcritas e foi utilizada a técnica de análise de conteúdo na modalidade temática.
Resultados:
Dos participantes, 54% eram enfermeiros, e a média de tempo de trabalho com a faixa pediátrica foi de dez anos. Referiram nunca ter realizado curso de formação em desenvolvimento infantil 80%. Quanto à análise das respostas, observou-se heterogeneidade no que se refere à dimensão conceitual do tema por parte dos profissionais, além de uma apreensão teórico-prática insuficiente e escassez de recursos que fortaleçam um atendimento integral à criança. Prevalece um modelo biomédico centrado na doença e aspectos biológicos da saúde infantil quando definem a compreensão sobre o tema.
Conclusões:
Os dados apontam para a necessidade de implementação de projetos de educação em saúde e em serviço na atenção primária. Faz-se premente o fortalecimento de um olhar integral à saúde da criança sob o modelo biopsicossocial do processo saúde-doença.
Palavras-chave:
Desenvolvimento infantil; Atenção primária à saúde; Assistência integral à saúde da criança